Dobradiças costuradas - Cadernos Técnicos de VCC Nº1

Dobradiças costuradas.

Um dos problemas que mais perturbam o construtor de aeromodelos U-C é o de dobradiças eficientes para o profundor e eventualmente para os flaps. As tradicionais dobradiças de pano funcionam bem, mas se não for utilizado material adequado estragam com facilidade e se muito impregnadas com cola, tinta e óleo do motor, ficam endurecidas, prejudicando a sensibilidade dos comandos. Os modelos de grande porte utilizam dobradiças de nylon, para as quais é necessário cortar encaixes nas laterias das superfícies a serem reunidas, tarefa difícil se a chapa for muito fina, dura ou quebradiça.

A alternativa é um sistema muito eficiente, reunindo robustez, facilidade de fabricação, custo baixo e liberdade de movimentos; utiliza linha (seda de nylon, cadarço ou fio dental) e é muito empregado na Europa.

Tenho usado muito este sistema para modelos com profundores de até 4,5 mm de espessura, inclusive em modelos de corrida e combate e o acho perfeito. A experiência demonstrou a utilidade da observância dos seguintes pontos:

* Use linha dobrada com agulha bastante grossa para perfurar facilmente a chapa (pode usar alicate para puxá-la); se o material for muito duro, pode-se fazer furos com broca de 1/16'' nos pontos de passagem;

* Depois de efetuar a costura numa direção, volte completando a costura de modo a assegurar um cruzamento constante dos dois lados ("V" completo dos dois lados);

* O início da trama deve ser fixado com um nó grande que não passe pelo furo e o término também deve ser efetuado com um nó. Uma gota de "Bonder - CA" assegurá que os nós não corram.

Ferenc I. L. Z.



Fotos: Usei este sistema no MIDI SLOW, funciona muito bem, na época eu não tinha dremel, ou outro equipamento, e fiz os furos com uma agulha grossa, deu trabalho e não ficou com o acabamento que merecia, sugiro que usem alguma furadeira, nem que for manual, com broca bem fina.

Caro Ferenc e demais:
já usei muito esse sistema de dobradiças com fio dental, só que forma um pouco diferente: costurava uma a uma, então fazendo um "8" entre as duas superfícies; aí dava o nó (no bom sentido) bem rente a um dos furos, sempre na parte inferior; passava a agulha de novo e com um puxão, fazia o nó sumir dentro da madeira. Convém ressaltar que se deve fazer dessa forma, sempre do meio do avião para fora, senão fica complicado passar a agulha entre o vão asa/flap ou estabilizador fixo/movel. Aí, como entelava com Silkspan, praticamente as dobradiças desapareciam.
elizio

Olá Elizio
Usei muitas vezes a sua "técnica". A que está descrita acima tem a vantagem de apoiar o "hinge line" em toda a sua extensão, evitando possíveis flexões, principalmente com chapas mais finas. Enfim, são alternativas a uma mesma proposição.
Abraços
ferenc