Muitos modelos ficam difícil carburação devido a bolhas e espuma no tanque pelas vibrações. Em motores de veículos costumamos usar coxins de borracha para minimizar as vibrações e melhorar o conforto e ruído interno. Algumas frequências de vibrações podem entrar em ressonância com frequências naturais de nossos órgãos internos causando desconforto nos ocupantes. O mesmo pode ocorrer no tanque de combustível do aeromodelo, principalmente devido à massa do tanque ser variável (consumo de combustível) e aumentando o range de frequências naturais do tanque. Quando este fenômeno ocorre em um aeromodelo atrapalha bastante. Em modelos RC costumamos usar montantes em plástico e tanques com cantos arredondados para minimizar este fenômeno.
Na estrutura de modelos RC costumamos usar cavernas em compensado e montantes de material resiente. Em modelos VCC costumamos usar montantes de madeira dura e pesada fixadas ao motor por quatro parafusos e colada na estrutura. A madeira de montante neste caso deve ser rígida para suportar os esforços de fixação do motor. Nestes casos as vibrações são transmitidas aos tanques que geralmente estão fixados normais ao plano de excitação do motor, ou seja, abaixo ou acima dos montantes. Com os tanques metálicos e de superfícies planas aumentando a probabilidade de ressonância. Materiais resientes transformam certa parte desta energia de vibração em calor, diminuindo sua intensidade.
Na indústria automobilística e aeronáutica estuda materiais adequados para fabricação de coxins e desenhos para “orientar” estas vibrações maléficas.
No nosso VCC não é diferente.... Sempre aparece um experimentando usar Engenharia ao nosso hobby. A madeira apresenta a propriedade de resiliência, basta ver os sons dos violões de madeiras diferentes! Apresentam “respostas” diferentes que agradam ou não agradam aos músicos. Quanto maior a densidade (massa) da madeira menor é a frequência natural de vibração e quanto maior a rigidez maior é a frequência natural de vibração. Acertar um projeto de controle de ruído é uma ciência que exige muito experimento de bancada e aparelhos sofisticados. O projeto de montantes que se consagrou no VCC foi os dois montantes de madeira dura e pesada retos colados em um bloco maciço de balsa e laterais de compensado fino e rígido. Tentando aliviar peso acostumamos afinar e furar os montantes e substituir os blocos maciços por chapas curvadas e coladas nas cavernas das fuselagens. Com o “afinamento” dos montantes acabamos criando um amplificador de vibração e com o alivio de peso com as furações dos montantes diminuímos a massa aumentando a frequência natural de vibração, ou seja, pioramos o projeto. Quem já não teve problemas de trincas e rachaduras na estrutura em modelos com modelos construídos com montantes afinalados e aliviados em fuselagem inteiramente chapeada? Usar colas resilentes como a epox e PVA minimizam o problema, mas não resolve a transmissão das vibrações para o tanque de combustível.
Resumindo um pouco! Meu projeto consiste em usar a rigidez da fibra de carbono e a resiliência da madeira (Pinheiro) com desenho dos montantes direcionando as vibrações para o bloco de balsa da parte superior da fuselagem (nariz) e uso de compensado de pinheiro com desenho do contraventamento oposto ao de transmissão das vibrações. No passado experimentei usar chapas de duro alumínio com bons resultados. Neste Tupynike estou usando os recursos da fibra de carbono que apresenta maior rigidez e cola com mais facilidade as madeiras que o alumínio.
Gosto deste hobby devido à possibilidade de “viajar” nas soluções de Engenharia! Um verdadeiro laboratório.....
Não gosto de postar assuntos técnicos devido as polemicas que causam......
Sérgio Däuble.