Terceiro cabo – como montar?
Como eu expliquei em minha matéria anterior, a primeira coisa que devemos prestar atenção é a posição final do motor, pois a montagem do terceiro cabo depende exclusivamente dela. Devemos lembrar que ao puxarmos o terceiro cabo, ele deverá desacelerar o motor, ou seja, ele fechará a entrada de ar do carburador. Somente com estas duas informações: a posição exata do motor e puxando fechamos o carburador, é que definimos como será a montagem do terceiro cabo, pois estaremos usando uma regra da física para seu funcionamento: a alavanca.
Os desenhos abaixo devem dar uma luz sobre o caso:
Volto a afirmar que devemos prestar e muita atenção na forma que vamos montar o nosso terceiro cabo. Pelos desenhos acima, temos duas opções de montagem: o que difere em cada uma delas é a posição do balancim que servirá de comando para o sobe e desce do modelo, ou seja, ou ele estará em uma ponta do balancim de aceleração, ou na outra. Vejam estes desenhos abaixo que exprimem melhor :
Aproveito para dizer que irei adotar apenas uma das montagens acima para continuar a explicação, pois senão, o texto tomará um vulto enorme colocando sempre duas imagens representando as duas possíveis montagens, ok? Eu escolhi para continuar a montagem 2.
Devemos notar que nos desenhos aparece um batente de alta velocidade. Por quê? Bem, não podemos esquecer que em nossa montagem normal, o balancim é pivoteado em uma base dura, seja uma plataforma de compensado, seja uma madeira dura em cima e embaixo, certo? Então se voarmos normalmente, todo o esforço do balancim estará centrado em seu ponto de apoio central, enquanto que ao voarmos com o terceiro cabo, este ponto de apoio central estará na ponta do balancim inferior, ou seja, o ponto de apoio estará suspenso, incorrendo em uma certa fragilidade do mesmo.
Então se voarmos sem acionarmos o terceiro cabo, ou seja, com o motor a pleno, o balancim inferior estará sofrendo uma força perpendicular ao seu eixo e com isso, poderá flertir já que não é feito para sofrer tal força. A forma mais fácil de evitarmos que o balancim sofra este tipo de desgaste, é colocarmos um batente de madeira dura quando ele estiver totalmente acelerado, pois com isso, estaremos dividindo o esforço de apoio com o batente.
Uma outra coisa é que devemos medir as hastes de comando com o balancim na posição de todo acelerado, pois é assim que voamos normalmente. Eu sempre meço a haste do acelerador primeiro, antes de medir a do comando do flap e profundor.
Uma outra observação a ser feita é que neste movimento de vai e vem, podemos perceber que a ponta do balancim de apoio não vai para a frente e para trás em linha perfeita mente reta, perceberam? Pois como o movimento é de alavanca, existe uma espécie de arco no movimento, e este arco atrapalha um pouco o uso do terceiro cabo, pois causa um certo afrouxamento dos cabos.
Isto podemos observar nos desenhos abaixo:
Este afrouxamento não chega a causar grandes prejuízos a montagem, mas a sua interferência é perceptível. Existem outras formas de montagem do terceiro cabo aonde procuramos minimizar este efeito, e também, temos os balancins da Brodak que auxilia bastante na montagem, pois funcionam com um sistema mais diferenciado, mas que não é o assunto abordado neste texto. Estamos abordando o terceiro cabo de maneira convencional, para que possamos entender o seu funcionamento básico.
O que devemos entender é que voar com um terceiro cabo é totalmente diferente de voar com apenas dois cabos, por incrível que pareça...
Até aprendermos a utilizar um dos dedos no gatilho de redução do motor e saber o ponto exato da aceleração que é suficiente para o modelo pousar tranqüilo, perdemos muito tempo mesmo treinando e ajustando o motor e o modelo. Vocês não fazem idéia de como o conjunto – piloto – motor – modelo – deve ser equilibrado e treinado. Por isso eu adoro o terceiro cabo, pois é um treinamento constante, um desafio sem fim.
Aproveito para colocar o terceiro cabo que estou montando no piper que estou reformando para usar um motor CB .25 com tanque de duas onças. Ao utilizarmos o terceiro cabo podemos agregar outras funções: spoilers, freios aerodinâmicos, trem retrátil, etc...
Já circula na internet imagens de possíveis montagens diferenciadas utilizando o terceiro cabo. Espero que este texto ajude os colegas a montar o seu e voar. Aguardo imagens e depoimentos...
Abços
Como eu expliquei em minha matéria anterior, a primeira coisa que devemos prestar atenção é a posição final do motor, pois a montagem do terceiro cabo depende exclusivamente dela. Devemos lembrar que ao puxarmos o terceiro cabo, ele deverá desacelerar o motor, ou seja, ele fechará a entrada de ar do carburador. Somente com estas duas informações: a posição exata do motor e puxando fechamos o carburador, é que definimos como será a montagem do terceiro cabo, pois estaremos usando uma regra da física para seu funcionamento: a alavanca.
Os desenhos abaixo devem dar uma luz sobre o caso:
Volto a afirmar que devemos prestar e muita atenção na forma que vamos montar o nosso terceiro cabo. Pelos desenhos acima, temos duas opções de montagem: o que difere em cada uma delas é a posição do balancim que servirá de comando para o sobe e desce do modelo, ou seja, ou ele estará em uma ponta do balancim de aceleração, ou na outra. Vejam estes desenhos abaixo que exprimem melhor :
Aproveito para dizer que irei adotar apenas uma das montagens acima para continuar a explicação, pois senão, o texto tomará um vulto enorme colocando sempre duas imagens representando as duas possíveis montagens, ok? Eu escolhi para continuar a montagem 2.
Devemos notar que nos desenhos aparece um batente de alta velocidade. Por quê? Bem, não podemos esquecer que em nossa montagem normal, o balancim é pivoteado em uma base dura, seja uma plataforma de compensado, seja uma madeira dura em cima e embaixo, certo? Então se voarmos normalmente, todo o esforço do balancim estará centrado em seu ponto de apoio central, enquanto que ao voarmos com o terceiro cabo, este ponto de apoio central estará na ponta do balancim inferior, ou seja, o ponto de apoio estará suspenso, incorrendo em uma certa fragilidade do mesmo.
Então se voarmos sem acionarmos o terceiro cabo, ou seja, com o motor a pleno, o balancim inferior estará sofrendo uma força perpendicular ao seu eixo e com isso, poderá flertir já que não é feito para sofrer tal força. A forma mais fácil de evitarmos que o balancim sofra este tipo de desgaste, é colocarmos um batente de madeira dura quando ele estiver totalmente acelerado, pois com isso, estaremos dividindo o esforço de apoio com o batente.
Uma outra coisa é que devemos medir as hastes de comando com o balancim na posição de todo acelerado, pois é assim que voamos normalmente. Eu sempre meço a haste do acelerador primeiro, antes de medir a do comando do flap e profundor.
Uma outra observação a ser feita é que neste movimento de vai e vem, podemos perceber que a ponta do balancim de apoio não vai para a frente e para trás em linha perfeita mente reta, perceberam? Pois como o movimento é de alavanca, existe uma espécie de arco no movimento, e este arco atrapalha um pouco o uso do terceiro cabo, pois causa um certo afrouxamento dos cabos.
Isto podemos observar nos desenhos abaixo:
Este afrouxamento não chega a causar grandes prejuízos a montagem, mas a sua interferência é perceptível. Existem outras formas de montagem do terceiro cabo aonde procuramos minimizar este efeito, e também, temos os balancins da Brodak que auxilia bastante na montagem, pois funcionam com um sistema mais diferenciado, mas que não é o assunto abordado neste texto. Estamos abordando o terceiro cabo de maneira convencional, para que possamos entender o seu funcionamento básico.
O que devemos entender é que voar com um terceiro cabo é totalmente diferente de voar com apenas dois cabos, por incrível que pareça...
Até aprendermos a utilizar um dos dedos no gatilho de redução do motor e saber o ponto exato da aceleração que é suficiente para o modelo pousar tranqüilo, perdemos muito tempo mesmo treinando e ajustando o motor e o modelo. Vocês não fazem idéia de como o conjunto – piloto – motor – modelo – deve ser equilibrado e treinado. Por isso eu adoro o terceiro cabo, pois é um treinamento constante, um desafio sem fim.
Aproveito para colocar o terceiro cabo que estou montando no piper que estou reformando para usar um motor CB .25 com tanque de duas onças. Ao utilizarmos o terceiro cabo podemos agregar outras funções: spoilers, freios aerodinâmicos, trem retrátil, etc...
Já circula na internet imagens de possíveis montagens diferenciadas utilizando o terceiro cabo. Espero que este texto ajude os colegas a montar o seu e voar. Aguardo imagens e depoimentos...
Abços