Bom vou aproveitar o comentário sobre iniciar no aeromodelismo e contar minha história: Quando eu tinha uns 14 anos (1987) comprava a Revista Esporte Modelismo e ficava imaginando voar U/Control da Mobral ou os modelos R/C do Sr. Takeno ou o aeromodelo Solo da Nimbus. Nasci em Santo André morando lá até meus 33 anos, não me lembro de pista de VCC, mas lembro da pista em São Bernardo do Campo ao lado da de skate no paço municipal, raramente via alguém voando. Quando eu estava no 2º grau comprei um kit VCC de um NA-T6 acho que era da Mobral. Comprei numa loja em São Caetano do Sul dentro de um shopping. O cara não perguntou nada, apenas vendeu, montei, mas não sabia nada nem conhecia ninguém, provavelmente desci a marreta em algum dia de acesso de fúria. Comecei a trabalhar, a ganhar a graninha e torrar em carro, balada, discos de vinil (DJ)...parei até de surfar e nem me lembrei mais de aeromodelismo. Dez anos depois saí do meu emprego, comprei duas injetoras de plástico, coloquei no fundo da casa de meus pais e falei vou fazer o que gosto, trabalhar por conta e na área de plásticos. As máquinas eram umas tranqueiras, viviam quebradas e desisti. Nessas vi um anúncio em um jornal de empregos que dizia: preciso de modelador de fiberglass. Como eu estudei Técnico em Plásticos e já tinha consertado bastante pranchas de surf fui lá ver qual que era. Era uma casa, toquei a campainha, uma senhora atendeu e me levou lá pro fundo. Sentado no chão estava um senhor que teve paralisia infantil, seu nome Antonio Palmieri Filho (in memorian), já ouviram falar? Palmieri Power Boats, nautimodelos! Puxa fiquei doido! Nem acreditava no que estava vendo, aquele monte de moldes e aquelas lanchas coloridas em fibra. Fiquei lá...aprendi a trabalhar com ele fazendo os moldes e a laminação das lanchas. Só que tem coisas que são difíceis - aplicar o gel coat colorido com pistola por gravidade sem deixar o gel coat curar. O cheiro também é forte demais e não dava pra fazer na minha casa, sem contar que perdi 2 pistolas. O senhor Antonio tinha alguns moldes de carenagens de aeromodelos parados, aí ele falou começa então você sozinho nesta área, pois bem peguei os moldes carenagem do Piper, Sukhoi, Extra 300, começei a fazer, a entrar em contato com as lojas, colocar anúncio na revista Modelismo em Notícias e cheguei a ter 80 moldes de carenagens, polainas, fuselagens e sobrevivi mais um bom tempo disso. Mais uma mudança, me chamaram em um emprego e topei, vendi os moldes. O curioso é que trabalhando com o Senhor Antonio e fazendo as carenagens por uns dois anos, nunca tive nenhum aero nem nauti. Há uns oito anos atrás gravei todos os vinis em mp3 e vendi toda a coleção de importados uma boa grana e comprei finalmente meu 1° nautimodelo um rebocador. E em 2008 (já em Sorocaba) iniciei no VCC no CASA. Toda essa novela pra dizer que não posso reclamar, não iniciei antes por que não quis. Mas o gosto pelo modelismo começou comprando a revista Esporte Modelismo na banca. Então hoje faço o que deveria ter feito lá atrás, não me importo muito com manobras, competição, quero é construir um monte de avião e botar pra voar, mesmo em círculos, não consigo explicar mas VCC é demais! Não sei o que pode ser feito para uma pessoa gostar ou iniciar no VCC, mas o apoio de alguém é fundamental. No meu caso a iniciação foi no CASA, lugar que pra mim, é o melhor. Todos os clubes deveriam ter uma oficina, avião para aprendizado, manete dupla e incentivar a construção do próprio aero. E o cidadão deve ter muita dedicação, força de vontade, ferramentas, senão desiste mesmo.
Abraços,
Erich